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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

17 Dicas para uma voz Profissional

Author: Solange Boury
01- Articule bem as palavras. Abra bem a boca, principalmente na pronúncia das vogais. Não tenha medo, lembre-se: vocalista é quem trabalha com as vogais! Existem técnicas específicas para a impostação correta de cada vogal, mas o simples fato de você abrir bem a boca, já o ajudará bastante.
02- Aqueça bem a voz antes de cantar, ou falar profissionalmente.
03- Rouquidão, e veias dilatadas no pescoço, podem indicar uso incorreto da voz.
04- Mantenha suas cordas vocais hidratadas. Tome 8 copos de água, no mínimo, por dia.
05- Cigarro, álcool e ar condicionado são muito prejudiciais ao cantor.
06- Praticar esportes faz bem, porque mantém a musculatura relaxada, e isso faz com que você “solte melhor” a voz. * Apenas tome cuidados para não falar e fazer exercícios, de alto impacto, ao mesmo tempo.
07- Conhaque e balas não melhoram a voz. Evite o apoio de “produtos milagrosos” na hora de usar a voz profissionalmente. Cantar, ou falar bem, depende de conhecimento e treinamento constante.
08- Não economize na hora de comprar equipamentos para a voz. Os microfones devem receber atenção especial. Utilize somente a linha profissional. Quando tentamos compensar a má qualidade do som, com a voz, acabamos afônicos!
09- Nunca grite, mas se gritar utilize o diafragma.
10- Dormir bem é um ótimo remédio para a voz.
11 – Maça é bom para a voz.
12- Fazer: - rã, rã... antes de falar, é charmoso, mas detona a voz !
13- Se você tem uma rouquidão permanente, há mais de um mês, procure um médico otorrinolaringologista, para uma avaliação detalhada.
14- Cantar bem não significa cantar da forma correta. Muitas vezes, bons cantores, artisticamente falando, acabam com um envelhecimento vocal precoce, por falta de técnica.
15- Aprender o caminho certo da impostação vocal sozinho, sem orientação profissional é muito raro. É o mesmo risco que fazer musculação por conta própria, ou pilotar um helicóptero sem o auxílio de um instrutor, talvez um pouco menos. Mas é fato, que lesões, fendas e calos, são comuns, nas pregas vocais de cantores e atores menos cuidadosos. Utilize as técnicas corretas para ter, sempre, uma voz jovem e saudável.
16- Durante gripes e resfriados mantenha repouso vocal, se puder. Diminua a rotina e a potência dos exercícios vocais.
17- O profissional da voz pode tomar sorvete e comer chocolate. Quando ingerir gelados, ou quentes escaldantes, vá com calma, sem exageros. Amorteça a temperatura do alimento na boca antes de engolir. Derivados lácteos, como yogurte e chocolate estimulam muitas secreções digestivas, e devem ser evitados nos períodos de uso profissional da voz.
Espero que estas dicas colaborem com a sua arte.

Fonte: http://migre.me/5ZDr


Respiração diafragmática

Author: Solange Boury

A primeira pergunta que um aluno me faz é: como se respira com o diafragma? Bom, essa pergunta está um pouquinho errada porque nós respiramos com o pulmão e, o diafragma é um músculo que sustenta o ar, ou o pulmão. O que nós temos que aprender é como usar a respiração diafragmática. Para isso, passarei uma breve aula escrita de como obter esta respiração:
Tente agora inspirar lentamente e com a entrada do ar fazer esse mesmo movimento de "empurrar a barriga para frente" (atenção: não é empurrar a barriga para frente e depois inspirar, mas sim “inspirar fazendo com que esse ar naturalmente empurre a barriga para frente”, num mecanismo automático). O que você está fazendo é elevar o músculo do diafragma permitindo com que os pulmões sejam cheios por completo com o ar. Observe também a dilatação das costelas, colocando suas mãos na cintura. Tente sentir o ar tomando por completo os seus pulmões. Inspire elevando o diafragma, dilatando as costelas e elevando um pouco o tórax (os movimentos ocorrem nessa seqüência, rapidamente) expire relaxando-os e voltando ao normal. Feito isso, você estará aprendendo a dominar o seu sistema respiratório e aquecendo-o para a atividade do canto.
*Lembre-se que na respiração diafragmática de base Intercostal Diafragmática Abdominal, há uma expansão harmônica de toda a caixa torácica, ou seja, não é para forçar todo o ar só para o abdômen e não movimentar as outras regiões harmonicamente.


Exercícios Básicos de Respiração:

1º Sente-se e acomode a polpa de seu glúteo na beirada de uma cadeira. Sinta-se confortável.
2º Dobre seu corpo sobre as coxas e coloque os cotovelos para se apoiar sobre seus joelhos.

3º Respire lentamente, como se estivesse com sono. Sinta que o ar vai se acomodar na parte inferior das suas costas, abaixo do pulmão.
4º Coloque uma de suas mãos na parte inferior de suas costas, sentido-a se abrir. Você perceberá a sua respiração suave e diafragmática.

5º Agora na mesma posição coloque a mão na altura de seu estômago. O que vai acontecer? Sua barriga vai para frente e para trás e sua mão acompanha o movimento, certo?
6º Em seguida, levante seu tórax sem tirar a atenção da respiração que acabou de descobrir. Tire a mão do abdômen e se acomode na cadeira de maneira confortável. Continue com a respiração no estômago (abdômen).

7º Levante-se! Muita atenção agora, porque seus órgãos internos vão se acomodar e, é possível que você se perca nesta hora. Mas não desista, é só ficar atento ao estômago. Se preferir, coloque a mão na altura do estômago, como referência.
Para ter certeza de que você está respirando pelo lugar certo, abrace sua cintura com as mãos e encoste os dedos médios na frente. Quando respira, as mãos se separam,quando solta o ar,os dedos se unem novamente. Tente este exercício algumas vezes.
Quando for se deitar, leve com você um pacote de algum tipo de alimento de 1 kg. Ex: açúcar, feijão, etc. Acomode esse kg entre a boca do estômago e o umbigo e faça essa respiração. O pacote vai levantar e abaixar. Faça o exercício de respiração pelo menos uma vez ao dia. Você sentirá muita facilidade e vai perceber que a antiga acomodação (superior) não funciona mais.

 

Parabéns, você já está com a respiração diafragmática.


Saúde Vocal

Author: Solange Boury
Quando uma rouquidão persiste por dias, ela exige excessiva contração da musculatura da fonação, causando desenvolvimento de nódulos, pólipos, calos vocais, perda da voz, da audição e até a um câncer.
O mal uso vocal agride as cordas vocais e a alteração da respiração, geralmente com elevação do tórax durante a respiração ocasiona inspirações curtas e insuficientes. São várias as causas que levam à disfonia.
As principais são: fumo, sinusite, alcoolismo, infecções respiratórias, problemas com a tireóide, refluxo gástrico e até problemas emocionais. A disfonia pode ser provocada também inconscientemente pelo abuso vocal. Se estivermos num local barulhento, sentimos a necessidade de falar mais alto. Isso gera um esforço maior da laringe. Segurar o telefone com o ombro, também impede a passagem correta do ar e neste caso, só trará prejuízos à voz se for um hábito contínuo.

Cuidados para se ter uma boa voz e evitar a disfonia:
· Boa saúde geral;
· Ausência de problemas psicológicos relevantes;
· Observar o fato que certas atividades profissionais requerem qualidades vocais mais desenvolvidas e até mesmo aperfeiçoadas pelo treinamento.
· Lembre-se que tudo que você respira passa por seu instrumento de trabalho!
· Cuide de sua saúde, é bom descansar, ser feliz;
· Fale ou cante somente no seu tom, na sua área de conforto;
· Evite esforço físico;
· Durma bem, as horas necessárias;
· Evite tossir, espirrar sonorizando, gritar, gargalhar exageradamente, limpar a garganta pigarreando, fumar, tudo que agride as cordas vocais;
· Evite falar ou cantar competindo com ruídos, músicas ambientais, barulhos em sala de aula, instrumentos em volume muito alto;
· Evite álcool ou drogas;
· Quando necessário veja um fonoaudiólogo que poderá particularizar o seu tratamento e cuidados.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Desenvolvimento da Criança mês a mês


Nono mês

Engatinhar exige planejamento e logística. Qual perna levantar com qual braço? Resolver aonde ir. Ampliam-se a capacidade e a freqüência de tomar decisões por conta própria. Essa conquista acelera o desenvolvimento intelectual dos bebês. No princípio é engraçado. A criança poderá se arrastar com a barriga porque o controle das pernas ainda não é total. Elas não são tão firmes quanto os braços. Ou engatinhar de marcha a ré, por causa do peso da cabeça, que representa 30% do tamanho do corpo. "Cuidado com degraus", avisa a pediatra Tânia Shimoda. O dispositivo do medo, inato, é acionado duas semanas depois de ela começar a engatinhar, pela experiência ou pelos alertas dos pais.
10 a 11 meses

O desejo de ficar em pé é incontrolável. Para isso, o bebê precisa de três pontos de apoio – duas pernas e um braço, dois braços e uma perna ou dois pés e o apoio do tórax em algum lugar. Ao ficar em pé, a dimensão de mundo da criança se amplia. Os olhos de um bebê que engatinha ficam a 22 centímetros do chão. Em pé, a distância aumenta para, no mínimo, 50 centímetros, ou a altura dele. Muitos pais colocam o filho no andador. "Está errado. A criança poderá ter quedas mais freqüentes ao andar porque não fortaleceu como deveria a musculatura da perna", avisa Lembo.

Desenvolvimento da Criança mês a mês

7º e 8º mês
Sétimo mês

Quando sentada, a criança coloca as duas mãos à frente do corpo, apoiadas no chão, para ter uma base de sustentação maior. O equilíbrio ainda é vacilante. Se você mostrar um objeto atraente, ela esquece das mãos, pega o brinquedo e tomba. "A queda manda uma mensagem ao cérebro: as duas mãos não podem sair do chão ao mesmo tempo, pelo menos por enquanto", diz o neuropediatra Vilanova. A coordenação motora se refina. O bebê começa a usar o dedo indicador e o polegar para pinçar os objetos. Parece que está escolhendo as coisas ou com nojo. O movimento se estenderá para o restante dos dedos entre o oitavo e o nono mês. A melhora na pega indica que os ossos do bebê estão endurecendo. Quando nasce, eles são flexíveis por terem mais água do que os dos adultos. Entre o sétimo e o nono mês, a criança pode bater palma, mesmo que de forma desengonçada. "Unir as mãos significa ter o controle do ombro e também ausência de problemas cerebrais", diz Vilanova.
Oitavo mês

O poder de compreensão ganha contornos mais concretos. O bebê pára uma atividade quando lhe dizem "não". Entende o significado dos gestos e dos atos. Percebe, principalmente, que é um ser separado da mãe, mas ainda precisa se assegurar de que quando ela some não deixou de existir. As brincadeiras de esconder o ajudam nessa fase, em que demonstrações de estranhamentos com outras pessoas são comuns. Assim como quando estão no cadeirão e jogam um objeto no chão. É outro reforço no entendimento de que as coisas vão e voltam, além de experiências em que a criança aprende sobre distância, som e força. Sua musculatura está mais dura e o equilíbrio, melhor. Ela senta sem apoio e pega objetos próximos sem cair.

Desenvolvimento da Criança mês a mês

5º e 6º mês
Quinto mês

O principal ganho desse período é girar a cintura. Deitada, a criança primeiro joga a bacia para o lado, depois as pernas e então o corpo. "É um girar desconectado do tórax. Significa que o fortalecimento da musculatura atingiu a cintura", diz o pediatra Lembo. O bebê está perto de sentar. Seus braços e pernas adquirem agilidade, não sossegam durante o banho como os pais podem notar. Os bebês parecem aproveitar esse momento para praticar movimentos rítmicos, voluntários. Essa agitação ajuda a organizar o cérebro, formando conexões entre as células e estabelecendo um padrão para quando ele tiver força para engatinhar. Já fica em pé quando é seguro pela cintura.
Sexto mês

O bebê começa a sentar com apoio de travesseiros e almofadas, porque tem o controle total da parte torácica e da bacia. Os brinquedos precisam estar por perto. As tentativas para pegá-los estimulam o aprendizado do equilíbrio. A criança interage mais com o ambiente. Não gosta de ficar sozinha e sorri quando alguém conhecido vem em seu socorro. Estica os braços pedindo colo. Deixa as pernas estendidas quando deitada de bruços. A preensão palmar, antes reflexa, torna-se totalmente voluntária. O bebê pega os objetos que deseja. Também chuta, se balança, se debate e bate, esfrega, arranha, se inclina de modo rítmico e repetitivo. Com isso, manda estímulos para o cérebro, que se organizam em informações para o futuro: engatinhar, ficar em pé e andar. O bebê rola sobre si, indicando que o amadurecimento da musculatura está chegando nas coxas. Cuidado com os tombos. O sono já virou rotina previsível. Ele dorme cerca de 14 horas, incluindo as sonecas durante o dia. A qualquer momento, a partir de agora, pode soltar um "mmmmmmmm", que, em geral, é interpretado como: "Ele disse mamãe".

Desenvolvimento da Criança mês a mês

3º e 4º mês


Terceiro mês
A boca é o principal instrumento do bebê para conhecer o mundo. Ela discrimina consistência, volume, texturas dos objetos, das pessoas e até das partes do corpo do bebê. Ele ainda não leva o pé à boca, mas as mãos são saboreadas junto com brinquedos moles que já consegue pegar. Os movimentos reflexos continuam a diminuir. O da marcha, por exemplo, é trocado pela tentativa voluntária de seu filho ficar apoiado nas duas pernas quando colocado em pé. A coluna está mais ereta. No final do terceiro mês, o bebê consegue erguer bem a cabeça, o tronco, esticar os braços e movimentar a cabeça à procura de objetos e sons. O padrão de sono muda. A criança dorme 16 horas por dia. Ainda é bastante e existe uma razão. "O bebê precisa disso tudo de sono para não consumir calorias a mais do que as necessárias, já que o seu metabolismo trabalha loucamente", diz Lembo. E, ao dormir, o bebê controla seu desenvolvimento. Ele alterna sono profundo e sono REM (quando os olhos se movimentam). Sabe-se que é no REM que os adultos sonham. Não dá para comprovar se os bebês fazem o mesmo, mas é nessa fase do sono que as células de seu cérebro formam novas sinapses. A atividade cerebral do bebê nesses momentos é tão intensa que, às vezes, ele sofre uma espécie de blecaute, tamanha a quantidade de informações que são registradas. Em atividade, os movimentos do bebê avançam. Ele começa a virar o corpinho para o lado. Já tem noção de profundidade desde que nasce, mas não de perigo, que é algo a ser aprendido. Por isso, cuidado com as quedas. Do terceiro para o quarto mês aparecem os arrulhos ou balbucios. "Quando os pais conversam com os filhos, eles respondem com sons e entonação como se estivessem mantendo um diálogo", diz a pediatra Rosa.
Quarto mês

O bebê passa a dormir praticamente a noite inteira. Durante o dia está mais ativo. Sorri bastante. A boca continua sendo o centro do conhecimento. Ele segue objetos visualmente até 180 graus. Tenta pegar brinquedos suspensos e pode passá-los de uma mão para outra. De bruços, fica cada vez mais com a cabeça firme e equilibrada. Começa a erguer o tórax. As mãos devem se abrir, o que é um bom sinal de desenvolvimento. "Crianças com problemas cerebrais não abrem o polegar", afirma o neuropediatra Luiz Celso Vilanova. O quarto mês traz muitas novidades: o bebê chora quando é deixado sozinho, gosta de brincar de esconde-esconde com a mãe que tapa o rosto com as mãos, explora o corpo, pegando o pé ou os genitais. Tocar os calcanhares indica que ele começa a usar a musculatura da perna. "Um treino que mais adiante será exigido no engatinhar e no andar", diz Lembo. A linguagem avança com a percepção de sílabas e palavras. O bebê nota que os sons são acompanhados pelos movimentos da boca de quem fala.

Desenvolvimento da Criança mês a mês

2º mês

Um dos grandes marcos desse período é o sorriso social. "Indica que o desenvolvimento psíquico e afetivo da criança está indo bem", diz a pediatra. É um fenômeno curioso, porque independe do olhar e da receptividade dos pais. "Crianças cegas e surdas também têm esse sorriso", diz Rosa. Além do sorriso, o bebê de 2 meses já consegue levantar o queixo, sinalizando que o controle da musculatura do pescoço está avançando. Tem também o reflexo de virar o rosto de lado se colocado de bruços quando acordado. Outros reflexos, como o de estender o corpo para trás se for subitamente levantado e o da marcha, começam a ser inibidos, porque o domínio sobre os movimentos aumenta. A visão – as duas retinas se fundem – permite ao bebê fixar e acompanhar objetos e pessoas. Ele enxerga a mãe de outro modo. Não apenas o contorno do rosto, como era antes. Vê detalhes, o nariz, a boca, os lábios. É capaz de reconhecer o pai, os avós, a babá. Nessa fase, é importante dar continuidade ao calendário de vacinas, orientado pelo pediatra. É que elas também dependem do desenvolvimento do bebê. Têm datas para ser ministradas porque o tecido que produz a imunidade do bebê, o linfóide, possui uma determinada velocidade de crescimento. "Não adianta imunizar o bebê antes porque o organismo dele não vai conseguir responder à vacina", diz o pediatra Francisco Lembo Neto.

Desenvolvimento da Criança mês a mês

Os pais ficam loucos por novidades, mas não adianta apressar os passos dos bebês. Cada nova habilidade é o aperfeiçoamento de uma anterior ou a combinação de outras já aprendidas. Segue uma seqüência predeterminada porque quem comanda esse espetáculo é o cérebro, e seu amadurecimento se dá em etapas. Leva a criança a firmar a musculatura dos olhos, depois a sustentar o pescoço, o tórax, até lá na frente ficar em pé. Esse percurso tem a ver com a formação dos circuitos neurológicos, que é induzida pela mielina, uma substância branca e gordurosa que aos poucos recobre as células nervosas. Sua função é agilizar o tráfego de impulsos nervosos entre as células para ativar as sinapses, as conexões que permitem a comunicação entre os neurônios. "Quando isso acontece, os estímulos fazem diferença. Um neurônio pode fazer sinapses com outros dois se a criança não for estimulada. Se for, é capaz de se conectar com outros dez", diz o neurologista Luiz Celso Vilanova. Não é preciso fazer malabarismos. O interesse, o afeto, os cuidados com o bebê são estímulos naturais sempre renovados pelos avanços da criança, que provocam novas respostas nos adultos. Acompanhe a seguir como tudo isso acontece.
Primeiro mês

Nesse início de vida, o bebê não controla nem a musculatura dos olhos. De todos os seus sentidos, a visão é a menos desenvolvida, por não ter sido exigida durante a gestação. No recém-nascido, seu alcance é de 20 a 30 centímetros, mais ou menos a distância entre o rosto do bebê e o da mãe na hora da amamentação. A criança não consegue focalizar objetos além dessa medida. As imagens são embaçadas e duplas porque as duas retinas ainda não estão unidas. O bebê é míope. Para ajudar nesse avanço, coloque móbiles coloridos sobre o berço. O olhar do bebê é atraído por objetos em movimento e de cores contrastantes, como preto e branco. Aos 6 meses, a visão estará quase igual à de um adulto. A audição do recém-nascido, ao contrário, é tão boa quanto a dos pais, porque começa a se desenvolver a partir do quinto mês de gestação. O feto escuta os movimentos dos órgãos maternos. A batida do coração da mãe gera ruídos que podem alcançar 95 decibéis. Tanto barulho quanto o de um helicóptero em pleno vôo. Por isso, com apenas 3 dias, o bebê reconhece a voz da mãe e, em 20, emite sons em resposta ou vira a cabeça em direção ao barulho. Com 1 mês, ele registra a seqüência de palavras e, com 8 semanas, será capaz de demonstrar preferência pelo idioma materno. O paladar do recém-nascido também é aguçado. "Ele tem capacidade de distinguir o salgado, azedo, amargo e doce. Gosta mais do último", diz a pediatra Rosa Resegue. Segundo ela, logo nos primeiros dias o bebê reconhece o leite materno entre o de outros seios. Nesse início, pode mamar cerca de dez vezes ao dia e dormir de 20 a 22 horas. A alimentação e o sono entram aos poucos na rotina. Acordado, o bebê parece estabanado e assustado em seus movimentos. Ele não os controla, são reflexos involuntários. 

Retirada das fraldas

Você pode até achar que o seu filho pequeno não quer ir ao banheiro porque tem vergonha, mas os especialistas afirmam que isso não acontece antes dos 5 anos de idade – quando eles podem ficar constrangidos ao serem vistos sem roupa. Aprender a fazer as necessidades fisiológicas no vaso é um processo que exige tempo e paciência, mas se o assunto é tratado com naturalidade na sua casa e mesmo assim seu filho não pede para fazer xixi e coco, ele pode estar tentando chamar a sua atenção.

Antes de considerar esta opção, leve seu filho ao pediatra para ter certeza de que não há nenhum problema físico ou alimentar impedindo a evacuação. Se estiver tudo bem, observe o comportamento dele para identificar o que o impede de ir ao banheiro. Nesta fase, a criança já começa a contrariar os pais e pode prender o intestino e a bexiga para tentar controlar o ambiente em que vive. “Isso funciona como um tipo de birra. A criança não quer fazer o que é esperado dela, então deixa de fazer o xixi e o coco porque é algo que os pais não conseguem controlar”, explica a psicóloga Ceres Araújo.

Outra sensação que pode levar a criança a evitar o vaso é o medo de perder uma parte do corpo junto com as fezes e a urina, que acontece entre 1 e 3 anos de idade. Para resolver, conte a história do coco e do xixi e como eles se formam dentro do nosso corpo. Fale sobre o processo de digestão de uma maneira acessível, mostrando a importância de se alimentar bem, digerir o sólido e o líquido e colocar para fora o que o corpo não vai precisar. Aproveite para brincar com ele de dar tchau para o coco.

É comum que a criança resista um pouco à tirada da fralda, então converse com naturalidade e tranquilidade, explicando que já é hora de aprender a usar o vaso sanitário. Combinar horários para fazer as necessidades também pode ajudar. De manhã, depois do almoço ou quando ele volta da escola são bons momentos.

Fonte: David Elias Rosenbaun, pediatra do Hospital Infantil Sabará

Retirado do site: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI182319-15138,00.html

Crianças que gostam de morder

Morder é uma forma de a criança expressar insatisfação. Os pais devem conter essa atitude.
Redação Crescer

Você tem um pequeno mordedor em casa, acalme-se. A mordida é uma das formas que as crianças têm de demonstrar insatisfação. Também costumam empurrar ou jogar objetos longe. Isso tudo é esperado em uma fase de comunicação rudimentar, enquanto a criança não consegue se expressar bem com palavras. Acrescente-se a isso impulsividade. As emoções ainda não estão sob controle. E a combinação dá muitas vezes em uma mistura explosiva.Quando a criança dessa idade quer algo e o objeto desejado está na mão de outro, entra em disputa. "Como tem urgência em resolver a questão, ela reage com a parte do corpo que tem mais coordenação, que é a boca, região que usa intensamente desde o nascimento", explica a psicóloga Lúcia Franco da Silva, da Faculdade de Psicologia da PUC-SP.
Falar mil vezes As dentadas podem começar tanto em casa quanto na escola. Os pais precisam refrear as mordidas para que não se tornem um hábito. Além de conter a reação agressiva, os pais precisam ser coerentes.

"Se uma hora deixam porque acham engraçadinho e em outra reprimem, o filho fica sem saber como agir", alerta Lúcia Franco.Para a pediatra Sandra Oliveira Campos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as únicas crianças que se mantêm mordedoras são aquelas com algum problema no desenvolvimento. Então, não resta outro jeito senão a repetição das regras. É cansativo, mas todos só têm a ganhar. "Ao dizer que dói, por isso o amigo chora, você chama a atenção do filho para um valor muito importante, que é o respeito pelo outro", orienta a médica.
Agressor e agredido
Os pais dos mordedores costumam ser mais relaxados do que aqueles que enxergam no corpo do filho dentadas alheias, segundo a pediatra Sandra. Se você está entre o grupo dos filhos mordidos, também relaxe. Quando a criança começa a viver em grupo, acaba descobrindo como se defender e se impor entre os coleguinhas. E uma hora ela vai avisar ao amigo mordedor que não gostou e não quer ser mordida de novo. Nunca incentive seu filho a revidar. "Os pais jamais devem estimular a agressão", ensina Sandra.

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI16025-15069,00.html

Mordidas: o que fazer?

QUEM ME MORDEU?


A FASE DA MORDIDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Todos nós conhecemos alguém que já passou por isso! Ou já teve o filho mordido na escola, ou o próprio é que está mordendo tudo e todos. Enquanto professora, sempre que tenho esse problema em sala, costumo agir com muita calma e chamar os dois para uma conversa bem tranquila. Começo perguntando se o amigo é uma maçã, ou se o braço (ou local mordido) por um acaso é uma salsicha, ou uma pizza. Óbvio que eles rindo respondem que não! Continuo num tom sério porém sem grandes alardes, e pergunto o que normalmente eles come. Ficam horas listando macarrão, chocolate, pão, tomates,...Para concluir nossa conversa, volto a perguntar, se o braço do amigo não é uma comida, então porque você está mordendo? A gente morde maçã, pizza, o que mais? E eles ajudam na lista... E o braço do amigo a gente morde? E eles mais do que depressa respondem que Não! Então, braço (ou qualquer parte que seja) NÃO é comida portanto a gente Não morde. Agora pizza, tomate, maçã,.... a gente MORDE!
Muitas vezes a mordida não é intencional! Enquanto mãe sei que é realmente difícil entender pois imaginar sua frágil criança sozinha com montros mordedores de criancinhas...nos faz querer defender nossas crias e isto é o nosso INSTINTO MATERNO. Muitas vezes, mães chegam a orientar os filhos: olha morda de volta, não seja fraco! Mas se ensinarmos as crianças a dizerem aos amigos: NÃO gosto quando faz isso; ISSO dói muito; VOCÊ me machucou; ou qualquer forma verbalizada de expressar um sentimento, eles assimilaram da mesma maneira e resolveram o conflito sem gerar mais violência. Eles não sabem o que motivou o amigo a morder, mas sabem que a mordida que vão dar de volta para se defender é uma agressão pois dói e eles não gostaram dessa sensação. Mas estão causando essa sensação ruim no amigo.
Temos sempre que tomar cuidado com os nossos NÃOS. A criança precisa de uma explicação lógico pois senão fica confusa! É como dizer para elas NÃO grite. Aí o papai fanático por futebol leva seu filho no estádio e aos berros grita o nome do timão e incentiva o filho a gritar junto. Perai, mas não me orientram a não gritar? Hum, confuso. A criança precisa do complemento não só do não!Sim filho você pode gritar assim, mas no estádio, no parque, aqui em casa (ou no resturante, ou no cinema) não pode porque é fechado e vai doer nosso ouvido, não é legal, né? Você vai ajudar sua criança a fazer destinção desde cedo de lugares e associá-los ao seu comportamento. Aqui vai algumas motivações sobre o porque das mordidas:As crianças exploram o mundo usando TODAS as partes do seu corpo e os seus sentidos, portanto a boca é uma delas. Ao explorar o mundo, elas também estão aprendendo a lei da causa e efeito, testando reações as suas ações. Elas não sabem que a mordida dói e não consegue ainda projetar o que o outro está sentindo.As crianças são o centro das atenções em suas famílias, na escola essa atenção tem que ser dividida. Que tal dar uma mordidinha para prestarem atenção em mim, mesmo que seja uma atenção “negativa”. E é obvio que sempre vai ter aquele amigão que imita tudo, e por imitação vai acabar mordendo também!Temos sempre que lembrar que crescer é bem “cansativo”para nossos pequenos. Você já parou para pensar a tonelada de informações, mudanças no corpo, dores, sentimentos, pessoas enfim tudo o que eles estão conhecendo? As vezes a mordida é o meio deles dizerem que estão sobrecarregados, cansados, estressados, frustados e como eles ainda não aprenderam a verbalizar tudo isso, é mais fácil e rápido canalizar esses sentimentos com uma mordida! É rápido e fácil!E não adianta ficar perguntando o porque, pois eles aindam não sabem expressar ou identificar e verbalizar o que sentem.
Se esse comportamento for repetido com muita frequencia e fugir do controle, então as causas podem não ser as citadas acima. Sim! Existem casos de crianças agressivas e mal comportadas, ou sem limites. Nestes casos, a intervenção deverá ser outra, com especialistas pois a familia vai ter que estar junto com a escola para resolver esse problema em sintonia uma com a outra.

Comportamento Infantil

Mordidas....

Quem não sofre na sua turminha de pequenos com mordidas!
Aqui vai algumas dicas..

Construa crianças fortes!

“É mais fácil construir crianças fortes do que reconstruir adultos quebrados”

A importância do professor no desenvolvimento infantil e na formação do caráter da criança.

A chegada do século XXI era o almejo da humanidade. Não sabíamos que chegaríamos
a ele, mas ele chegou a nós.
Os homens que viveram as décadas anteriores
são os homens do nosso presente, e questionamos suas posições ante a
educação, a saúde, a fé, a solidariedade e a família, sendo o papel desta última
o grande questionamento na sociedade atual. Como tem sido a estruturação
familiar hoje em dia? Qual o papel da família na formação do indivíduo? Que
educação de base as crianças deste século estão tendo na escola, onde muitas
famílias acreditam estar a salvação ou o remédio para sanar a dor dessas crianças
abandonadas pelo limite?

Hoje, o excesso de razão tem feito com que os pais não tenham
a convicção da correção. Psicólogos desse novo século
trazem em suas teorias o trauma da correção, afirmando
que ela, em muitos casos, pode impedir o desenvolvimento
da independência da criança, tornando-a insegura. Os pais
passam a questionar sobre o momento certo para tal correção
acontecer e se perdem no caleidoscópio de regras.
Quem transforma, hoje, as crianças em verdadeiros vencedores?
Quem são os heróis e exemplos dessas crianças,
que clamam por socorro? Quando essas crianças, na escola,
batem em um colega ou cometem pequenas infrações, será
que elas não estão gritando para serem vistas ou ouvidas e
esperam que alguém diga: “Basta!”?

Infelizmente, chegamos a um momento em que deixamos a
educação ser fanada por passeios em shoppings, no Google,
no UOL e em tantos outros sites que substituem os pais,
sites estes que têm sido o livro de ética entre as crianças e
os adolescentes do mundo atual.
E pergunto: o que os pais
e educadores têm a dizer? O título do clássico do cinema
americano Assim Caminha a Humanidade tem sido a desculpa
mais comum entre muitos, porque, muitas vezes, eles
mesmos desconhecem onde cometeram os primeiros erros.
Cometem-se os primeiros erros quando se canta e se acha
engraçado crianças cantando melodias de fácil assimilação
que denigrem a imagem do outro. Peca-se quando se permite
que os meios de comunicação dialoguem mais com os
filhos do que os próprios pais, pois, na maioria do tempo,
estes estão simultaneamente presentes e ausentes. Será que
o limite e a repreensão agora não evitarão a mala de um
camburão no futuro? Estuda-se tanto para criar estratégias
educativas relacionadas ao limite da criança, porém, no
exato momento de colocá-las em prática, pais e educadores
não conseguem. Será que, entre os pais e educadores — educadores
porque, em muitos momentos, são também os responsáveis
por esse limite —, não existe a teoria do espelho?
Seria possível ensinar uma criança a escovar os dentes apenas
dizendo como se faz? Será que esses pais e educadores,
inflados pelo excesso de informação sobre o assunto, seriam
capazes de impor limites a essas crianças se muitos deles
não os tiveram?

Houve décadas na nossa história que foram de suma importância:
as décadas de 1960 e 1970 até meados dos anos 1980.
as essas décadas foram responsáveis pelo dilaceramento
da família. No auge das transformações sociais, quando a
principal regra era quebrar as regras impostas pela ditadura
militar, a família foi dilacerada. Ganharam-se algumas
coisas, mas se perderam os filhos. Os pais daquela época
são os filhos e avós de hoje. Houve uma mudança de comportamento
e uma inversão de respeito e valores. Tudo que
uma regra familiar, como pedir a bênção ou informar
para onde se está indo aos pais, transformou-se em algo
retrógrado. O não que era para ser dito ao autoritarismo da
ditadura passou a ser dito aos pais. A mudança na moda,
a aceitação dos excluídos, a nivelação social, os hippies, o
topless, as drogas, tudo isso transformou a atitude e o comportamento
dos filhos. Infelizmente não entenderam que a
liberdade pela qual lutavam era a liberdade do respeito ao
outro.
O não é tão importante na imposição do limite como
o dar de mamar, que cria a defesa imunológica. O não de
hoje com certeza fará um adulto forte no futuro.
Aprender a receber um não ensinará a criança que a vida
nem sempre lhe dirá um sim, evitando frustrações. Aprender
a receber um não é aprender a dizê-lo também. A criança
que aprende a receber um não também o dirá às drogas, ao
álcool, ao sexo prematuro — evitando tornar-se um adulto
ninfomaníaco —; dirá não aos pequenos furtos, à desonestidade,
à falta de respeito, à mentira. Dirá não a tudo que
tentar substituir os pais.
O problema é que ser pai é muito mais do que apenas
ser “bonzinho” com os filhos. Ser pai é ter uma função
e responsabilidades sociais perante nossos próprios filhos
e a sociedade também.
Portanto, quando decido
negar uma roupa a mais a um filho, mesmo podendo
comprar e sofrendo por dizer-lhe “não”, porque ele já
tem outras dez ou vinte, estou ensinando que existe
um limite para ter. Estou, indiretamente, valorizando
o ser [...]. Porque, para ter tudo na vida quando
adulto, fatalmente ele terá que ser um indivíduo extremamente
competitivo e provavelmente com muita
“flexibilidade” ética. Caso contrário, como conseguir
tudo? Como aceitar qualquer derrota, qualquer “não”,
se nunca lhe fizeram crer que isso é até normal? ( ZAGURY,
Tania. Os Direitos dos Pais: Construindo Cidadãos
em Tempos de Crise. p. 31–32).
São sempre necessários os momentos quase únicos durante
a semana ou os finais de semana, como comer sempre à
mesa, falar do dia de trabalho, dos amigos da escola dos
seus filhos. As relações interpessoais são de fundamental
importância. Os pais têm de lembrar que ordem dada é ordem
jamais tirada, independentemente de quem a tenha
dado. Há crianças que são criadas por tios, babás e avós,
e a presença dos pais é motivo para os conflitos familiares,
com eles sempre lembrando: “O filho é meu, é a mim que
ele tem de obedecer”.
O que chamamos de falta de limite nada mais é do que uma
forma de dizer “Olhem pra mim, estou aqui, me socorram”.
As crianças pedem socorro, os adolescentes clamam. As
crianças não precisam de manual para ser compreendidas,
precisam de pais compromissados. Os pais precisam saber
que há uma enorme diferença entre criar e educar. Crianças
educadas são fortes emocional e fisicamente, crianças criadas
são apenas fortes fisicamente e gastam essa energia de
forma errônea.
 O adulto problemático de hoje foi a criança sem limite
do passado; o péssimo pai de hoje foi a criança que não
viu um gesto de perdão entre os pais; o adulto que vemos
hoje em CPIs, envolvido em casos do mensalão, com certeza
foi uma criança sem limite. O narcisismo nas academias, as
cirurgias plásticas, os silicones são formas de aquela criança
que pedia socorro ser vista e amada. O lar conflituoso fará
adultos conflitantes consigo mesmos.

Limitar é ensinar a tolerar frustrações. É prevenir para
que, no futuro, uma dificuldade qualquer não se transforme
em uma barreira intransponível.
Limitar é ensinar que todos temos direitos, mas deveres
também. Limitar é mostrar que o outro também
deve ser considerado quando nos decidimos a agir, que
nunca devemos pensar apenas em nós mesmos, mas,
sim, compreender que vivemos em grupo — ou seja,
convivemos. É, antes de tudo, preparar nossos filhos
para o exercício da cidadania. É, pois, uma parte importante
do trabalho educacional da família. Um pai e
uma mãe conscientes não se deixam levar pelo medo do
que está acontecendo por aí afora; ao contrário, tudo o
que acontece na sociedade deve servir de base para encontros
e conversas com os nossos filhos. E, finalmente,
dar limites é dar responsabilidade, o que implica tornar
nossos filhos, mais cedo, adultos responsáveis (ZAGURY,
Tania. Encurtando a Adolescência. p. 45).
Os limites dados à criança diminuiriam, com certeza, os
problemas de incesto, divórcio, falta de compromisso com
as dívidas a serem pagas, o limite nos cartões de crédito, a
violência no trânsito, os casos de crimes passionais, a falta
de respeito ao outro, e, sem sombra de dúvida, os divãs ficariam
solitários, e os presídios como meio de reeducação
deixariam de ser o lar daqueles que foram órfãos de pais
vivos.
Então, se o desejo da sociedade é construir homens fortes,
precisamos rever nossos conceitos educacionais e travar
uma batalha contra essa invasão inovadora da modernidade
— em que tudo parece ser normal.  Os pais estão perdendo os
filhos para um fantasma que os assombra por muito tempo,
e eles não sabem como exorcizá-lo: o fantasma da ausência.
O mundo acelerado exige que se trabalhe cada vez mais
para que os filhos possam ter mais. Porém, será que apenas
isso os satisfaz? Será que não seria muito mais significativo
para uma criança uma conversa ao pé da cama ou um beijo
de boa-noite do que um celular novo? Será que uma visita
repentina à escola não faria mais efeito do que o comparecimento
na festa de final de ano? Existem educadores que
nunca viram os pais dos seus alunos. A escola passou a ser
um orfanato.
Os complexos dos adolescentes e adultos — baixa autoestima;
a insegurança para dar os primeiros passos, escolher
uma profissão, mudar de emprego; ou até mesmo fáceis tarefas
como escolher uma roupa — serão sempre reflexo da
infância sem limite. Quando percebermos que a solução para
esses conflitos é o seio de uma família bem alicerçada pelo
respeito, pelo amor e pelo afeto ao próximo, grandes conflitos
mundiais serão solucionados, porque todos eles são de
ordem pessoal. Será difícil construir uma rocha, mas colher
migalhas perdidas no caminho será sempre impossível.

Referências Bibliográficas
ZAGURY, Tania. Encurtando a Adolescência. 10. ed. Rio de Janeiro:
Record, 2004.

Os Direitos dos Pais: Construindo Cidadãos em Tempos
de Crise. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.

¹ Essa citação é de autoria de Frederick Douglass (1818–1895), um
abolicionista, estadista e escritor afro-americano.