QUEM ME MORDEU?
A FASE DA MORDIDA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Todos nós conhecemos alguém que já passou por isso! Ou já teve o filho mordido na escola, ou o próprio é que está mordendo tudo e todos. Enquanto professora, sempre que tenho esse problema em sala, costumo agir com muita calma e chamar os dois para uma conversa bem tranquila. Começo perguntando se o amigo é uma maçã, ou se o braço (ou local mordido) por um acaso é uma salsicha, ou uma pizza. Óbvio que eles rindo respondem que não! Continuo num tom sério porém sem grandes alardes, e pergunto o que normalmente eles come. Ficam horas listando macarrão, chocolate, pão, tomates,...Para concluir nossa conversa, volto a perguntar, se o braço do amigo não é uma comida, então porque você está mordendo? A gente morde maçã, pizza, o que mais? E eles ajudam na lista... E o braço do amigo a gente morde? E eles mais do que depressa respondem que Não! Então, braço (ou qualquer parte que seja) NÃO é comida portanto a gente Não morde. Agora pizza, tomate, maçã,.... a gente MORDE!
Muitas vezes a mordida não é intencional! Enquanto mãe sei que é realmente difícil entender pois imaginar sua frágil criança sozinha com montros mordedores de criancinhas...nos faz querer defender nossas crias e isto é o nosso INSTINTO MATERNO. Muitas vezes, mães chegam a orientar os filhos: olha morda de volta, não seja fraco! Mas se ensinarmos as crianças a dizerem aos amigos: NÃO gosto quando faz isso; ISSO dói muito; VOCÊ me machucou; ou qualquer forma verbalizada de expressar um sentimento, eles assimilaram da mesma maneira e resolveram o conflito sem gerar mais violência. Eles não sabem o que motivou o amigo a morder, mas sabem que a mordida que vão dar de volta para se defender é uma agressão pois dói e eles não gostaram dessa sensação. Mas estão causando essa sensação ruim no amigo.
Temos sempre que tomar cuidado com os nossos NÃOS. A criança precisa de uma explicação lógico pois senão fica confusa! É como dizer para elas NÃO grite. Aí o papai fanático por futebol leva seu filho no estádio e aos berros grita o nome do timão e incentiva o filho a gritar junto. Perai, mas não me orientram a não gritar? Hum, confuso. A criança precisa do complemento não só do não!Sim filho você pode gritar assim, mas no estádio, no parque, aqui em casa (ou no resturante, ou no cinema) não pode porque é fechado e vai doer nosso ouvido, não é legal, né? Você vai ajudar sua criança a fazer destinção desde cedo de lugares e associá-los ao seu comportamento. Aqui vai algumas motivações sobre o porque das mordidas:As crianças exploram o mundo usando TODAS as partes do seu corpo e os seus sentidos, portanto a boca é uma delas. Ao explorar o mundo, elas também estão aprendendo a lei da causa e efeito, testando reações as suas ações. Elas não sabem que a mordida dói e não consegue ainda projetar o que o outro está sentindo.As crianças são o centro das atenções em suas famílias, na escola essa atenção tem que ser dividida. Que tal dar uma mordidinha para prestarem atenção em mim, mesmo que seja uma atenção “negativa”. E é obvio que sempre vai ter aquele amigão que imita tudo, e por imitação vai acabar mordendo também!Temos sempre que lembrar que crescer é bem “cansativo”para nossos pequenos. Você já parou para pensar a tonelada de informações, mudanças no corpo, dores, sentimentos, pessoas enfim tudo o que eles estão conhecendo? As vezes a mordida é o meio deles dizerem que estão sobrecarregados, cansados, estressados, frustados e como eles ainda não aprenderam a verbalizar tudo isso, é mais fácil e rápido canalizar esses sentimentos com uma mordida! É rápido e fácil!E não adianta ficar perguntando o porque, pois eles aindam não sabem expressar ou identificar e verbalizar o que sentem.
Se esse comportamento for repetido com muita frequencia e fugir do controle, então as causas podem não ser as citadas acima. Sim! Existem casos de crianças agressivas e mal comportadas, ou sem limites. Nestes casos, a intervenção deverá ser outra, com especialistas pois a familia vai ter que estar junto com a escola para resolver esse problema em sintonia uma com a outra.
FONTE: www.psicopedagogia.com.br
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