O PERFIL DO
ATENDIMENTO DADO A CRIANÇAS DE DOIS A TRÊS ANOS
A
educação infantil é a primeira fase escolar da criança e é nela que estão
presentes momentos relevantes para a vida futura, as escolas de educação
infantil possuem atualmente duas atribuições complementares e indissociáveis:
cuidar e educar, complementando os cuidados e a educação da família ou no
círculo dela, procurando romper desta maneira, com o modelo assistencialista,
as propostas espontaneístas e compensatórias no que se refere ao lidar com as
crianças de zero a seis anos.
A
Educação Infantil tem sido encarada de diversas formas: como função de
assistência social, como função sanitária ou higiênica e, mais recentemente,
como função pedagógica. Isto se deve ao aceleramento da produção industrial no
início do século XX, o qual mudou severamente o cenário da estrutura familiar
tradicional, pois as mulheres da classe trabalhadora começaram a sair de seus
lares para trabalharem nas fábricas implantadas na época, pois a demanda de
trabalho era muita e os homens estavam na lavoura.
No debate
sobre o cuidar e ou educar crianças nasce à necessidade de estabelecer um
currículo para a educação infantil. Entretanto, currículo é identidade e,
portanto, é preciso delinear o espaço que queremos garantir na construção da
história da educação infantil.
As
crianças pequenas ainda estão descobrindo o mundo, tudo é novo e, deve ser
trabalhado e aprendido, não são independentes e autônomas para os próprios
cuidados pessoais, precisam ser ajudadas e orientadas a construir hábitos e
atitudes corretas, estimuladas na fala e aprimoradas em seu vocabulário. “Toda
relação estabelecida com a criança [...] é educativa. É educativa também a
relação assistencial, de atendimento as necessidades imediatas de higiene,
alimentação, saúde, proteção e aconchego” (REDIN, 1998, p. 49).
O
papel do profissional da educação infantil jamais será o de substituto da mãe
ou de “tia”, como muitos pensam. É preciso profissionalizar o trabalho
educativo para educação infantil para que se rompa definitivamente com a idéia
de que quanto menor a criança a ser educada, menor o prestígio profissional de
seu educador e menos exigente o padrão de sua formação prévia.
Corroborando
com esta afirmativa, a Coordenação de Educação Infantil (COEDI) do MEC, em
1993, apresenta um documento que lança as novas diretrizes políticas para a
educação infantil. Entre elas, a que afirma a necessidade de construir a
profissionalização dos trabalhadores de educação infantil, recomendando que o
adulto que atua na creche e na pré-escola “devem ser reconhecido como
profissional e a ele devem ser garantidas condições de trabalho, plano de
carreira, salário e formação continuada condizentes com o papel que exerce”
(BARRETO, 1994, p.12).
A
construção de uma pedagogia para a infância tem como um de seus maiores
desafios à elaboração de uma proposta pedagógica que abarque fatores sociais e
culturais da realidade vivenciada pela criança e pela instituição, sem
desconsiderar o importante papel do educar e cuidar no cotidiano das
instituições de educação infantil.
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